No passado dia 12 de abril, os alunos da Pós-Graduação em Turismo Cultural realizaram uma visita de estudo à frente ribeirinha ocidental do Tejo, numa iniciativa que procurou aprofundar a compreensão crítica da cidade de Lisboa enquanto espaço histórico, cultural e industrial. A atividade foi orientada pelo Dr. Clementino Amaro e proporcionou uma leitura abrangente da paisagem urbana lisboeta, com particular foco na sua evolução e reconversão.
O percurso teve início no Museu Nacional de Arte Antiga e estendeu-se até Alcântara, passando pela Rocha de Conde de Óbidos. Durante esta primeira etapa, os estudantes analisaram a estrutura industrial ribeirinha, contextualizando-a no desenvolvimento urbano da cidade. A visita prosseguiu com uma caminhada entre o Jardim 9 de Abril e Alcântara Terra, onde foi possível observar e interpretar diversos elementos patrimoniais, como palácios, igrejas, fontes e conventos, integrando diferentes camadas históricas do território.
No vale de Alcântara, a atenção voltou-se para a leitura geomorfológica e cultural da paisagem. Foram evidenciadas marcas da ação humana, desde os antigos moinhos de maré ao pensamento urbanístico de figuras como Duarte Pacheco. A industrialização da zona, as vilas operárias e os movimentos mutualistas foram também abordados, com destaque para o exemplo social do bairro do Casal Ventoso.
A visita incluiu ainda uma passagem por Alcântara-Mar, onde os alunos exploraram a Gare Marítima e a Doca de Santo Amaro, refletindo sobre o processo de reconversão dos espaços industriais em zonas de lazer. A visita à LX Factory reforçou esta análise, ilustrando como a reabilitação urbana pode revitalizar antigas áreas industriais.
O dia terminou com uma leitura da evolução da zona da Junqueira, dos seus palacetes e museus, bem como da paisagem industrial visível do outro lado do Tejo. A reflexão final centrou-se na transformação de Belém, que deixou de ser símbolo imperial para afirmar-se como um polo cultural da cidade.
A visita de estudo revelou-se uma experiência enriquecedora, sublinhando a importância da leitura urbana como ferramenta fundamental na valorização e interpretação do património e da identidade dos territórios.